sexta-feira, 26 de junho de 2015

A matemática da felicidade, Amor¹ + Amor² = Família³.

O que as crianças (novas ou idosas) podem nos ensinar nesta vida
 
© Cary and Kacey Jordan / CC

Hoje, estava lembrando da minha pequenininha. Na lembrança, ela estava tão linda, com um lacinho cor-de-rosa, blusinha e sapatinho da mesma cor. Enquanto ela esteve em meus braços, o céu azul se abriu novamente para mim. Meus olhos se depararam com a imensa ternura daquele pedacinho de gente, aquelas mãozinhas lindas, com dedos longos e firmes. Seus olhos estavam pesados, pois acabara de mamar, como se tivesse acabado de ouvir durante horas sons de violino.

Ainda assim, pude sentir o cheirinho de bebê, a mãozinha que apertava o último dedo da minha mão direita. Se juntarmos essa sequência de fatos, posso anunciar que descobri a matemática da felicidade. São pequenas lembranças formadas em momentos breves, porem únicos; são incontáveis sentimentos, como em uma tempestade que enxuga a alma do meu coração tristonho.

Algumas vezes dava para vê-la sorrindo. Entre uma e outra abertura de olhos, a chupeta arriscava sair da boca, mas retornava. Por alguns instantes, minha solidão, meu desassossego, minha canção do exílio foram tiradas de mim.

Meu peito enchia-se de alegria, pois havia ali um amor maior que a minha existência. Eu necessariamente vivi para entender e compreender que ainda não sei amar: minha filha sim. Nos trinta minutos seguintes, minha família se uniu, fizemos planos rasos sob o rosto um do outro.

Nunca ignorei o fato de que a existência daquelas orelhinhas que agora estavam usando brincos, eram fruto de um pensamento que foi se materializando em uma pretensão de raios de luz, paz e carinhos. Já não conseguia mais identificar outra forma de externar minha gratidão a Deus, senão através dos meus olhos cheios d`água. Talvez minhas lágrimas fossem um desejo inconsciente da minha princesa de conhecer o mar como vira em mim, sob uma completa serenidade, que dava até para dormir.

Caminhando ao redor da sala, fiz com que as pisadas acompanhassem a respiração da minha bonequinha, que não chorou, só queria estar quentinha, pertinho dos meus braços, como se ainda estivesse no ventre da mãe. Naquele instante, vi que tudo que fiz na vida era tão insignificante e que por mais que as ciências tentassem explicar o que eu sentia, jamais haveria outro barulhinho de gatinho ou cabelinho de anjo que extraisse de mim tanto amor.

Agradeço mais uma vez ao meu grande pai que me permitiu estar aqui para presenciar todos os detalhes inclinados da experiência divina, cuja missão somos predestinados na condição de pais. Mais que isso, admiro a coragem daqueles que entendem tal dádiva como um presente, falo sobre as pessoas que em sua profissão auxiliam, orientam e ajudam pessoas em desespero a encontrarem a paz no coração.

Tenho grande apreço por aqueles que se mantêm firmes na tarefa de serem bons, educadores, porque de críticos o mundo está cheio. A minha filha se tornou uma grande professora, me ensinando lições sobre nobreza, paciência, entrega, liberdade e amizade, institutos familiares que perdem sentindo ante as palavras e ideias erradas que julgamos entender nos livros. Ela me mostrou que a saudade é o pior sentimento do mundo.

Hoje tornou-se importante para mim, todos os dias reconhecer a dureza e suavidade da existência: tornei-me mais humano por causa da minha vida. Para que serve a vida, senão para nos fazer merecedores de coisas grandiosas?

Analisando o que me ocorreu hoje, entendo que há grandeza em ser bom, contudo, a bondade em si não é privilégio dos nobres, pois todos a possuem. Percebo que a vontade de fazer tudo na vida dar certo, não tem grande diferença quando nos deparamos com os imprevistos.Planos se desfazem e projeções melhores de repente acontecem..

E quando acordamos, o sol voltou mostrando seu brilho para as coisas importantes, nesse ciclo infinito de beleza e sinceridade que nos esquecemos. Os cálculos, toda a gama de princípios aprendidos, de nada valem quando a maior emoção da vida é apenas o querer bem das pessoas amadas.

Aprendi novamente isso hoje. Talvez amanhã eu aprenda sobre créditos de carbono. O fato é que, nesse dia, me dispus a interpretar todo o conhecimento que me foi ensinado por uma criança. E quantas crianças, sejam novas ou idosas existem no mundo que podem nos ensinar algo de bom e valioso?

Termino minha dissertação com uma teoria quântica bem simples: Amor¹ + Amor² = Família³.

sources: Obvious 
Extraído do site: http://www.aleteia.org/pt/estilo-de-vida/conteudo-agregado/a-matematica-da-felicidade-5860185067225088 - (www.aleteia.org) 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

São João: o nascimento de um grande atrevido que enfrentou a hipocrisia de um governante

Relembre o nascimento e a missão do santo padroeiro dos injustiçados por causa da fé

Creative Commons

NASCIMENTO

São João Batista era filho de Zacarias e Isabel e primo de Jesus. Ocorre que seus pais já eram idosos quando o arcanjo Gabriel se apresentou a Zacarias e lhe disse que suas orações tinham sido ouvidas: sua mulher, mesmo estéril e de idade avançada, conceberia e lhe daria um filho. (cf. Lc 1 e Mt 11). “Tu lhe darás o nome de João e ele será para ti motivo de júbilo e alegria; muitos se regozijarão por seu nascimento, posto que será grande diante do Senhor”.

Mas Zacarias duvidou e, por sua pouca fé, perdeu a voz. Quando nasceu o menino, Zacarias escreveu num tabuinha: “Seu nome é João”. Nesse momento, ele recuperou a fala e entoou um esplêndido hino de amor e agradecimento a Deus, conhecido como “Benedictus”.

São João Batista foi concebido no pecado original, mas ficou purificado antes ainda de nascer, quando sua mãe, Santa Isabel, foi visitada pela Santíssima Virgem Maria, que, por sua vez, já portava em seu seio o Salvador, Jesus. Santo Agostinho observou que a Igreja sempre celebra a festa dos santos na dia de sua morte, mas, no caso de São João Batista, santificado já no ventre da mãe, ele é celebrado também no dia de seu nascimento.

A propósito, as lendas e tradições que começaram a surgir desde o século IV em torno a São João Batista contam que, quando Maria foi visitar a prima Isabel, combinaram ambas que, ao nascer João, Zacarias acenderia uma fogueira para sinalizar a vinda do menino ao mundo. Por isso é que teria começado a tradição das fogueiras de São João em junho, o mês do seu nascimento.


MISSÃO

O próprio Jesus descreveu João como o último e o maior dos profetas: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista. De fato, todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar” (Mt 11,11-14).

João precedeu Jesus como seu mensageiro, anunciando a vinda do Cristo e dedicando-se a preparar o povo para recebê-lo. Em sua pregação, ele batizava no Rio Jordão, e daí seu apelido de "Batista", e combatia os vícios e as injustiças mediante o testemunho de uma vida austera. Sobre Jesus, João proclamava: “Ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e Ele mesmo caminhará à sua frente” (Lc 1, 15).


MARTÍRIO

Impelido pela missão profética, João Batista denunciou os pecados do governador da Galileia, o rei Herodes, que tinha sequestrado sua cunhada Herodíades e vivia com ela como se fossem esposos. O Batista foi então preso em Maqueronte, na costa oriental do Mar Morto. Salomé, a filha de Herodíades, ganhou do rei o direito de pedir o que desejasse. Sua mãe vingativa a instigou a fazer um pedido assassino: “Quero que me dês imediatamente, numa bandeja, a cabeça de João, o Batista” (Mc 6,25). O Santo Precursor sofreu então o martírio.


ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, celebramos hoje o nascimento de São João Batista. Pela força da vossa Palavra, convertei os nossos corações: “Doce, sonoro, ressoe o canto, minha garganta faça o pregão. Solta-me a língua, lava a culpa, ó São João! Anjo no templo, do céu descendo, teu nascimento ao pai comunica, de tua vida preclara fala, teu nome explica. Súbito mudo teu pai se torna, pois da promessa, incréu, ducida: apenas nasces, renascer fazes a voz perdida. Da mãe no seio, calado ainda, o Rei pressentes num outro vulto. E à mãe revelas o alto mistério de Deus oculto. Louvor ao Pai, ao Filho unigênito, e a vós, Espírito, honra também: dos dois provindes, com eles sois um Deus. Amém.


PADROEIRO

São João Batista é padroeiro dos injustiçados por causa da fé: uma situação particularmente atual em meio à grande onde de violência e martírio sofrida pelos cristãos do nosso tempo em todo o mundo:

sources: Aleteia - www.aleteia.org

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Papa Francisco alerta sobre os "barulhos mundanos"

Como preservar o coração para ser sempre de Deus: reflexão do Papa Francisco de hoje



People Walking On the Street © igor.stevanovic / Shutterstock

O Papa Francisco pediu que os fiéis tenham cuidado com os "barulhos mundanos". O Papa falava hoje, em sua homilia matutina na missa em Santa Marta.
O Papa inspirou sua reflexão nas duas leituras da liturgia. De São Paulo, Francisco ressaltou o convite a “não acolher em vão a graça de Deus” que se manifesta, afirma o Apóstolo, “agora”. Isso significa, observou, que “em cada tempo o Senhor nos dá a graça”, o “dom que é gratuito”. O cristão, diz o Papa, deve estar consciente e, portanto, deve estar com o coração preparado para acolher aquele dom, com o coração livre “do barulho mundano”, que é também o “barulho do diabo”. Francisco exortou a acolher este dom, tomando cuidado, porém, com o que Paulo indica, isto é, não ser motivo de escândalo a ninguém”.
“É o escândalo do cristão que se diz cristão, que vai à igreja, vai à missa aos domingos, mas vive não como cristão, mas como mundano ou pagão. E quando uma pessoa é assim, provoca escândalo. Quantas vezes ouvimos nos nossos bairros, nas lojas: ‘Olha aquele ou aquela, todos os domingos na missa e depois faz isso, isso e isso …’. E as pessoas se escandalizam. Isto é o que Paulo diz: ‘Não acolher em vão.’. E como devemos acolher? Antes de tudo, é o ‘momento favorável, diz. Nós devemos estar atentos para entender o tempo de Deus, quando Deus passa por nosso coração”.
O cristão atinge o limiar desta atenção, disse Francisco, quando se coloca na condição de proteger o coração, “distanciando todo barulho que não vem do Senhor, afastando as coisas que nos tiram a paz”. Um coração livre de paixões, aquelas que no Evangelho Jesus as resume no “olho por olho” e inverte a perspectiva para o “oferecer o outro lado da face” e caminhar dois quilômetros com quem obrigou você a caminhar um:
“Ser livre de paixões e ter um coração humilde, um coração manso. O coração é protegido pela humildade, pela mansidão, nunca pelas lutas e guerras. Não! Este é um barulho: barulho mundano, barulho pagão ou barulho do diabo. O coração em paz! ‘Evitamos dar qualquer motivo de escândalo para que o nosso ministério não seja criticado’, disse Paulo, mas pelo contrário, fale do ministério e do testemunho cristão para que não seja criticado.”
Preservar o coração para ser sempre de Deus, como diz São Paulo, “nas tribulações, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nas fatigas, nas vigílias e jejuns”.
“Mas essas coisas são feias e eu devo custodiar o meu coração para acolher a gratuidade e o dom de Deus? Sim! E como faço isso? Continua Paulo: Com a pureza, sabedoria, magnanimidade, benevolência e espírito de santidade. A humildade, a benevolência e a paciência que olha somente Deus e tem o coração aberto ao Senhor que passa.”

(Rádio Vaticano)
sources: Rádio Vaticano

Como fazer que o amor seja mais que um “conto de fadas”

Dicas para fazer a chama do amor se manter acesa

Nos contos de princesas e de castelos encantados parece estar o segredo da felicidade. Ainda que muitas pessoas opinem o contrário, sim, os príncipes e princesas existem. Não são aqueles seres perfeitos, sem defeito algum na vida ou situações para melhorar, e sim aqueles que trazem sonhos e ideais à nossa vida.
Quando nos apaixonamos, vivemos uma espécie de conto de fadas, um sonho do qual não queremos despertar. Mas, se nos esforçamos para manter a chama desse amor acesa, mesmo perdendo um pouco de sua intensidade, ela continuará brilhando.
O encontro maravilhoso de duas pessoas que se apaixonam pode ser o começo de uma vida transcendente, na qual um busca fazer o outro feliz, e a base da sua relação é e sempre será a sinceridade, aliada ao respeito.
Um relacionamento cresce e se fortalece quando está fundamentado nos valores, quando se busca o bem do outro sem esperar nada em troca; é a alegria de ver o ser amado feliz.
Para manter a chama do amor viva, que tal sair da rotina? Surpreenda seu amado com um jantar romântico, flores, chocolate etc.; faça a pessoa se sentir amada, especial, única, merecedora do seu sorriso.
A felicidade tão desejada é construída entre os dois, não em um mundo de perfeição, mas na realidade da vida cotidiana, em meio a problemas, correrias, longas horas de trabalho, estresses e todos os demais elementos que fazem parte da vida.
Aceitar-nos e aceitar o outro sem pretender mudá-lo é um dos elementos essenciais para construir uma união sólida. O amor é tão grande, que amamos apesar das coisas que precisam melhorar, porque somos seres que se aperfeiçoam, que se tornam mais pessoas na medida em que trabalham na própria superação.
Ao falar de aceitar, refiro-me a que às vezes pretendemos mudar absolutamente tudo do outro: sua forma de falar, vestir-se, opinar etc. E deixamos de lado sua essência, sua forma de ser, de pensar e de sentir.
Precisamos aprender a ser mais tolerantes diante de opiniões, pensamentos, e muitas vezes de culturas e costumes diferentes. Não podemos nos deixar levar por estereótipos ou modelos vistos em novelas e revistas.
O amor verdadeiro existe, mas precisa ser construído sobre a base do respeito, do compromisso, da amizade e da união para a vida inteira. Se o castelo do amor for construído sobre aspectos superficiais, facilmente cairá.
E quando o castelo do amor cai, com ele caem todos os que o habitavam, especialmente os filhos, parte fundamental do amor verdadeiro entre marido e mulher. Os filhos sofrem e são afetados significativamente, já que, além de observar discussões, desavenças, indiferenças e muitas vezes violência, vivem o conflito tão profundamente, que também acabam sendo muito afetados.
Além disso, os papeis de pai e mãe são a base e o exemplo na construção do seu próprio conto de príncipes e princesas, do amor, da união, do esforço e do sacrifício. Que concepção de amor os filhos terão quando forem adultos? O que vão querer para sua vida conjugal? Que aspectos os filhos imitarão dos seus pais em seus relacionamentos futuros?
Cada pessoa vive sua própria história de amor. É muito recomendável recordá-la de vez em quando. Certamente, esta primeira sensação que considerávamos já perdida pode voltar a estar presente em nossa vida.
Começar a recopilar os aspectos positivos é muito valioso, porque às vezes, com o passar dos anos, acabamos lembrando apenas das dificuldades e dos erros cometidos, mas não dos acertos e, por conseguinte, cultivamos ressentimentos, nostalgias, tristezas, que vão corroendo nosso interior e impedindo-nos de viver com a certeza de poder alcançar a felicidade.
Fonte: Aleteia.org

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Oração a Nossa Senhora do Sorriso

Que no teu sorriso, Maria, eu veja o coração de Deus 
que corre com pressa para me abraçar

Maria, dá-me o teu sorriso...

Que no teu sorriso eu veja o coração de Deus
que corre com pressa para me abraçar.
Que no teu sorriso eu entenda que Deus é sempre maior
que tudo o que é e será em mim só cinza.

Que no teu sorriso eu sinta o perdão de Deus
a tudo o que já lhe confessei, mas ainda me martiriza.
Que no teu sorriso eu possa ver o sorriso de Deus,
que inunde minha alma e suavize minha dureza.

Que no teu sorriso eu aprenda a bondade de Deus,
que me devolve bem por mal e dissolve minha malícia.
Que no teu sorriso eu possa agradecer ao Pai,
que me amou primeiro e não deixa de me amar.

Que no teu sorriso, Maria,
eu veja que é glória de Deus
que minha alma tenha vida
e meu rosto, um sorriso.
Amém.

Quando minha esposa teve Alzheimer, descobri o melhor do meu casamento


Chegou um momento em que ela não sabia quem era eu, mas o importante era que eu sabia quem era ela

Foram mais de 50 anos juntos, considero-me afortunado e me lembrarei dela enquanto eu viver. Entre muitas coisas, sentirei falta das suas exigências para que eu fosse uma pessoa melhor, pois ela sempre teve expectativas muito superiores às que eu tinha sobre mim mesmo. Isso sem falar do seu esforço pela sua própria superação.

 Estas exigências já me fizeram reclamar muito, mas hoje sinto falta delas, preciso delas.
 Meus filhos sentem pena de mim e me visitam frequentemente, passam fins de semana comigo ou eu passo na casa deles. Às vezes, eu os pego olhando-me com ternura e posso adivinhar seus pensamentos: “Pobre papai! Vai sentir muita falta dela!”.

 Já os ouvi recebendo condolências dos seus amigos, em diálogos com benevolentes comentários sobre o que eles consideravam como uma descrição belíssima do nosso amor: quanto tempo estivemos juntos; como parecíamos felizes convivendo; como nos comunicávamos bem; como compartilhávamos interesses e tantas outras coisas.

 Sim, todos esses comentários refletem uma realidade, mas só uma parte dela. Não a mais profunda e total realidade do nosso amor, que estava muito acima de tudo isso. Descobri isso no final do caminho, no processo da sua doença.

 Minha esposa sofreu de Alzheimer. Chegou um momento em que ela não sabia quem era eu, mas o importante era que eu sabia quem era ela. Tive o dom de poder ver sua parte angelical por trás do seu rosto inexpressivo.

 Assim, podia evocar seu intenso sorriso, a agudeza das suas intuições ao me compreender e atender, suas broncas amorosas, sua alegria de viver, sua exigência por sermos melhores.

 Ela era como uma pequena ave nas minhas mãos; não podia me oferecer uma companhia dialogante, nem ajuda nas circunstâncias da minha vida. Muito alheia às suas possibilidades, restava a menor das minhas necessidades, que ela costumava atender assim que a percebia enquanto tinha pleno uso de suas faculdades. Esta nova fase era, para mim, a oportunidade de fazer o sacrifício por amor, de ser abnegado.

 Eu a atendia pessoalmente da melhor maneira possível, e todo o meu ser era para ela. Todo o meu ser para ela! Foi assim que pude compreender uma dimensão do amor conjugal que sempre havia estado presente e que ela com certeza já conhecia. Uma dimensão que iluminava com raios de sol nossa relação, tornando-a mais íntima que nunca. Uma dimensão na qual havíamos construído e reconstruído nosso amor cada dia.

 Assim, todas as manhãs, eu enfeitava o quarto com os crisântemos de que ela tanto gostava, lia poemas de amor compostos por mim, cantava para ela, fazia cafuné, dançava e lhe contava histórias. Com lições bem aprendidas, eu a amava com um amor que me fazia ser melhor, até o último instante, em que Deus a levou.

 Entendo que os casais jovens conhecem pouco do amor nesta dimensão. Esta é uma disciplina que terão de cursar, pois o casamento é uma relação de perfeição recíproca dos cônjuges em todos os âmbitos da vida, do mundo cotidiano ao mundo da intimidade mais estrita.

 É assim que vai se dando o desvelamento da realidade pessoal de cada um, um desvelamento que permite a correção dos defeitos e o desenvolvimento das virtudes, contando com a ajuda e o apoio amoroso do cônjuge.
 Por isso, são um bem um para o outro.

 Minhas foi e será o maior bem da minha vida, vindo das mãos de Deus, e sou imensamente grato por isso.

Fonte: Alateia.com