sexta-feira, 30 de maio de 2014

Preparação para Pentecostes

 Novena para pedir os sete dons e dos doze frutos do divino Espírito Santo
 
Oração Inicial
(Sequência da Missa de Pentecostes)
Vinde, ó Espírito Santo, e enviai do Céu um raio de vossa luz.
Vinde, Pai dos pobres, vinde, dispensador dos dons, vinde, luz dos corações.
Consolador por excelência, doce hóspede da alma, nosso doce refrigério. No trabalho sois repouso; no ardor sois calma: no pranto, consolo.
Ó luz beatíssima, penetrai até o fundo do coração dos que Vos são fiéis. Sem vossa graça, nada há no homem, nada que não lhe seja nocivo. Lavai o que é impuro, fecundai o que é estéril, ao que está ferido, curai.  Dobrai o que é rígido, aquecei o que é frio, e o que se extraviou, guiai. Dai aos que Vos são fiéis, e em Vós confiam, os sete dons sagrados. Dai-lhes o mérito da virtude, a salvação no termo da vida, a eterna felicidade. Amém.
Orações para pedir os sete dons e os doze frutos do Divino Espírito Santo
(Santo Afonso Maria de Ligório) 

1° Dia: Os sete dons do Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, visitai-me e enchei o meu coração, que vós criastes, com a vossa graça divina. Vinde e repousai sobre mim, Espírito de sabedoria e entendimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, de piedade e de temor de Deus.
Vinde Espírito Divino, ficai comigo e derramai sobre mim a vossa divina benção.
Vinde, Espirito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a Face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

2° Dia: O dom da sabedoria
Espírito Santo, concedei-me o dom da sabedoria, a fim de que eu, cada vez mais, goste das coisas divinas e, abrasado no fogo de vosso amor, prefira com alegria as coisas do céu a tudo que é mundano e me una para sempre a Jesus, sofrendo tudo neste mundo por seu amor. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

3° Dia: O dom do entendimento
Espírito Santo, concedei-me o dom do entendimento, para que eu, iluminado pela luz celeste de vossa graça, bem entenda as sublimes verdades da salvação, a doutrina da santa religião católica.
Vinde. Espirito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espirito c tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e "Glória ao Pai.

4° Dia: O dom do conselho
Espirito Santo, concedei-me o dom do conselho, tão necessário em tantos passos difíceis e melindrosos da vida, para que eu escolha o que mais vos agrade, siga em tudo a vossa divina graça e com bons e carinhosos conselhos socorra ao próximo.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

5° Dia: O dom da fortaleza
Espírito Santo, concedei-me o dom da fortaleza, para que eu despreze todo o respeito humano, fuja do pecado, pratique a virtude com santo fervor e aceite com paciência, e mesmo com alegria de espírito, os desprezos, prejuízos, perseguições e a própria morte antes que renegar por palavras e por obras o meu amabilíssimo Senhor Jesus Cristo.
Vinde, Espirito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

6° Dia: O dom de ciência
Espírito Santo, concedei-me o dom da ciência, para que eu conheça cada vez mais as minhas próprias misérias e fraquezas, a beleza da virtude e o valor inestimável da alma; e para sempre veja claramente as ciladas do demônio, da carne e do mundo, a fim de poder evitá-las.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

7° Dia: O dom de piedade
Espírito Santo, concedei-me o dom da piedade, que me tomara delicioso o trato e a conversa convosco na oração e me fará amar a Deus com intimo amor, como a meu Pai, a Maria Santíssima como a minha Mãe e a todos os homens como a meus irmãos em Jesus Cristo. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis s e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

8° Dia: O dom do temor de Deus
Espírito Santo, concedei-me o dom do temor de Deus, para que eu sempre me lembre, com suma reverência e profundo respeito, da vossa divina presença; trema, como os próprios anjos, diante de vossa divina majestade, e nada receie tanto como desagradar aos vossos santos olhos.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai O vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

9° Dia: Os doze frutos do Espírito Santo
Espirito Santo, amor eterno do Pai e do Filho, dignai-vos conceder-me os vossos doze frutos: o fruto da caridade, que me una inteiramente convosco pelo amor; fruto da alegria, que me encha de santa consolação; o fruto da paz, que produza em mim a tranquilidade da alma: o fruto da paciência, que me faça aceitar tudo por amor de Jesus e Maria; o fruto da benignidade, que me leve a socorrer de boa vontade às necessidades dos que sofrem; o fruto da bondade,  que me torne bem fazejo e clemente com todos; o fruto da longanimidade, que me faça esperar com paciência em qualquer demora; o fruto da brandura, que me faça suportar com toda a mansidão o que o próximo tem do incómodo; o fruto da fé, que me faça crer firmemente na palavra de Deus; o fruto da modéstia, que regule tudo o meu  exterior. Enfim, os frutos da continência e da castidade, que conservem as minhas mãos  inocentes e o meu coração limpo e imaculado.
Espírito Divino, fazei que a minha alma seja para sempre a vossa morada e o meu corpo vosso sagrado templo. Habitai em mim e ficai comigo na terra, para que  eu mereça ver-vos eternamente no Reino da Glória. Amém.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Pai Nosso. Ave Maria e Glória ao Pai.

Oração Final
(Santo Agostinho)
Ó Divino Amor, ó vinculo sagrado que unis o Pai e o Filho, Espírito onipotente, fiel consolador dos aflitos, penetrai nos abismos profundos de meu coração e fazei aí brilhar vossa resplandecente luz. Derramai vosso doce orvalho sobre esta terra deserta, a fim de fazer cessar sua longa aridez. Enviai os dardos celestes de vosso amor até o santuário de minha alma, de modo que, nela penetrando, acendam chamas ardentes que consumam todas as minhas fraquezas, minhas negligências e meus langores.
Vinde, vinde doce Consolador das almas desoladas, refúgio no perigo e protetor na aflição desamparada.
Vinde, Vós que lavais as almas de suas manchas e que curais suas chagas.
Vinde, força dos fracos, apoio daqueles que caem.
Vinde, doutor dos humildes e vencedor dos orgulhosos.
Vinde, pai dos órfãos, esperança dos pobres, tesouro dos que estão nu indigência.
Vinde, estrela dos navegantes, porto seguro dos náufragos.
Vinde, força dos vivos e salvação dos moribundos.
Vinde, ó Espirito Santo, vinde e tende piedade de mim.
Tornai minha alma simples, dócil e fiel, e condescendei com minha fraqueza. Condescendei, com tanta bondade, que minha pequenez encontre graça diante de vossa grandeza infinita, minha impotência diante de vossa força, minhas ofensas diante da multidão de vossas misericórdias. Amém.

Os sete dons e os doze frutos do Espírito Santo, segundo o Catecismo da Igreja Católica

A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o homem dócil aos impulsos do Espírito Santo.
Os sete dons do Espirito Santo são: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Pertencem em plenitude a Cristo, filho de David. Completam e levam à perfeição as virtudes de quem os recebe. Tornam os fiéis dóceis, na obediência pronta às inspirações divinas.
"Que o vosso espirito de bondade me conduza pelo caminho reto" (SI 143. 10). "Todos aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus [...]; se somos filhos, também somos herdeiros: herdeiros Deus, co-herdeiros de Cristo" (Rm 8, 14.17).
Os frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da  glória eterna. A tradição da Igreja enumera doze: "caridade, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, modéstia. continência, castidade" (G15, 22-23 segundo a Vulgata). Catecismo da Igreja Católica, 1830a 1832.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O Papa Francisco pede na terra santa que nos amemos uns aos outros.


 Respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs!
Discurso do Santo Padre em visita ao Grã-Mufti de Jerusalém
JERUSALÉM, 26 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Excelência, 

Fiéis muçulmanos
Queridos amigos!
Estou grato por poder encontrar-vos neste lugar sagrado. De coração vos agradeço pelo amável convite que me quisestes fazer e, de modo particular, agradeço a Vossa Excelência e ao Presidente do Conselho Supremo Muçulmano.
Seguindo os passos dos meus Antecessores e, em  particular, a luminosa esteira da viagem de Paulo VI há cinquenta anos – a primeira viagem de um Papa à Terra Santa –, desejei ardentemente vir como peregrino visitar os lugares que viram a presença terrena de Jesus Cristo. Mas esta minha peregrinação não seria completa, se não contemplasse também o encontro com as pessoas e as comunidades que vivem nesta Terra e, por isso, sinto-me particularmente feliz por me encontrar convosco, fiéis muçulmanos, irmãos amados.
Neste momento, o meu pensamento volta-se para a figura de Abraão, que viveu como peregrino nestas terras. Embora cada qual a seu modo, muçulmanos, cristãos e judeus reconhecem em Abraão um pai na fé e um grande exemplo a imitar. Ele fez-se peregrino, deixando o seu povo e a própria casa, para empreender aquela aventura espiritual a que Deus o chamava.
Um peregrino é uma pessoa que se faz pobre, que se põe a caminho, propende para uma grande e suspirada meta, vive da esperança duma promessa recebida (cf. Heb 11, 8-19). Esta foi a condição de Abraão, esta deveria ser também a nossa disposição espiritual. Não podemos jamais considerar-nos auto-suficientes, senhores da nossa vida; não podemos limitar-nos a ficar fechados, seguros nas nossas convicções. Diante do mistério de Deus, somos todos pobres, sentimos que devemos estar sempre prontos para sair de nós mesmos, dóceis à chamada que Deus nos dirige, abertos ao futuro que Ele quer construir para nós.
Nesta nossa peregrinação terrena, não estamos sozinhos: cruzamos o caminho de outros fiéis, às vezes partilhamos com eles um pedaço de estrada, outras vezes vivemos juntos uma pausa que nos revigora. Tal é o encontro de hoje, que vivo com particular gratidão: uma aprazível pausa comum, tornada possível pela vossa hospitalidade, naquela peregrinação que é a vida nossa e das nossas comunidades. Vivemos uma comunicação e um intercâmbio fraternos que podem revigorar-nos e dar-nos novas forças para enfrentar os desafios comuns que se nos apresentam pela frente.
Na realidade, não podemos esquecer que a peregrinação de Abraão foi também uma chamada para a justiça: Deus qui-lo testemunha do seu agir e seu imitador. Também nós queremos ser testemunhas do agir de Deus no mundo e por isso, precisamente neste nosso encontro, sentimos ressoar profundamente a chamada para sermos agentes de paz e de justiça, para implorarmos estes dons na oração e para aprendermos do Alto a misericórdia, a magnanimidade, a compaixão.
Amados irmãos, queridos amigos, a partir deste lugar santo, lanço um premente apelo a todas as pessoas e comunidades que se reconhecem em Abraão:
Respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs!
Aprendamos a compreender a dor do outro!
Ninguém instrumentalize, para a violência, o nome de Deus!
Trabalhemos juntos em prol da justiça e da paz!
Salam!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Audiência de quarta-feira: o papa pede orações pela sua viagem à Terra Santa

Francisco continua a série de catequeses sobre os dons do Espírito Santo e reza pelas inundações na Bósnia e na Sérvia, bem como pelos católicos da China
 
Por Rocio Lancho García
CIDADE DO VATICANO, 21 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Na audiência desta quarta-feira, o Santo Padre trouxe à lembrança de todos os participantes a situação da população da Bósnia-Herzegovina e da Sérvia, duramente atingidas por inundações históricas que provocaram a perda de vidas humanas e deixaram numerosos desabrigados e vultosos danos materiais. “Lamentavelmente, a situação se agravou”, disse o papa. “Por isso, eu convido vocês a se unirem à minha oração pelas vítimas e por todas as pessoas que estão sofrendo esta calamidade. Que não falte a esses nossos irmãos a nossa solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional". A seguir, ele rezou uma ave-maria.
O Santo Padre também recordou que o dia 24 de maio é a memória litúrgica da beata Virgem Maria, Ajuda dos Cristãos, venerada com muita devoção no santuário de Sheshan, em Shangai. Por isso, Francisco pediu que todos os fiéis "rezem pelos católicos da China, para que, sob a proteção da Mãe Auxiliadora, eles continuem a crer, esperar e amar, e sejam, em qualquer circunstância, fermento de harmoniosa convivência entre os seus concidadãos".
O papa recordou ainda que, neste sábado, serão proclamados beatos Mario Vergana, sacerdote do PIME, e Isidoro Ngei Ko Lat, fiel leigo e catequista, assassinados em 1950 na Birmânia como vítimas do ódio contra a fé cristã. Sua heroica fidelidade a Cristo, propôs o papa, "seja incentivo e exemplo para os missionários e, especialmente, para os catequistas que realizam uma preciosa e insubstituível obra apostólica nas terras de missão, pela qual toda a Igreja é muito grata".
Francisco lembrou que, também neste sábado, viajará para a Terra Santa, a terra de Jesus. "Será uma viagem estritamente religiosa, primeiro para encontrar o meu irmão Bartolomeu I, na celebração do 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e Atenágoras I. Pedro e André se encontrarão mais uma vez e isto é muito bonito. Segundo motivo: rezar pela paz naquela terra que sofre tanto. Peço que vocês rezem por esta viagem".
O Santo Padre chegou à Praça de São Pedro às 9h45, numa ensolarada e calorosa manhã de primavera em Roma, e foi recebido pela alegria e pelo entusiasmo dos fiéis vindos de todas as partes do mundo. Bandeiras argentinas e brasileiras, entre as de vários outros países, ondulavam pela praça na hora da chegada do papa. Durante o percurso do papamóvel pelos corredores da Praça de São Pedro, o pontífice saudou os fiéis e abençoou as crianças que os guardas lhe aproximavam. Francisco chegou a descer do veículo para passar alguns instantes junto de um grupo de enfermos e conversar com eles. No finalizar do percurso, o papa saudou um grupo de alunos que estava nas primeiras filas.
A catequese desta manhã se concentrou no “dom da ciência”, dentro da série de catequeses que o Santo Padre está nos oferecendo sobre os dons do Espírito Santo.
No resumo, Francisco sintetizou: "Hoje vimos outro dom do Espírito Santo, o dom da ciência. Esta ciência não se limita ao conhecimento humano da natureza, mas, através da criação, nos leva a perceber a grandeza de Deus e o seu amor pelas criaturas. Este dom do Espírito Santo nos leva a descobrir o quanto a beleza e a imensidão do cosmos nos falam do Criador e nos convidam a louvá-lo. No começo da bíblia, destaca-se que Deus mesmo se alegrou com a sua obra: tudo era bom; e o homem era ‘muito bom’. O dom da ciência nos sintoniza com esse olhar de Deus para as coisas e para as pessoas. Um olhar bondoso e respeitoso, que nos adverte do risco de nos acharmos os donos absolutos da criação, dispondo dela ao nosso bel-prazer, sem limites. A criação não é propriedade nossa, e menos ainda só de alguns; ela é um presente que Deus nos deu para cuidarmos dela e a usarmos com respeito, em benefício de todos. Se não cuidarmos da criação, nós a destruiremos. E, se destruirmos a criação, a criação nos destruirá com ela. Lembrem-se daquela frase: Deus perdoa sempre; nós, os homens, perdoamos algumas vezes; a natureza não perdoa nunca se nós a maltratamos".
A seguir, o papa saudou “com afeto os peregrinos dos países latino-americanos. Que saibamos ver tudo o que nos rodeia como obra de Deus e os nossos semelhantes como irmãos e irmãs”.
Ao encerrar as saudações em diversas línguas, o papa voltou um pensamento especial, como tem feito todas as semanas, aos jovens, enfermos e recém-casados. Recordando que ontem celebramos a memória litúrgica de São Bernardino de Sena, o papa desejou aos jovens que o amor daquele santo pela Eucaristia lhes indique "a centralidade de Deus na sua vida"; aos enfermos, que os ajude a "enfrentar com fé o sofrimento"; finalmente, que estimule os recém-casados a "alicerçar a sua casa conjugal no carisma da unidade".

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Homilia do papa Francisco na Casa Santa Marta: as coisas de Deus não podem ser entendidas só com a cabeça


Na homilia desta terça-feira, o Santo Padre nos exorta a pedir a docilidade do Espírito Santo e ficar abertos a Ele Por Redação

CIDADE DO VATICANO, 13 de Maio de 2014 (Zenit.org) - As coisas de Deus não podem ser entendidas só com a cabeça: é necessário abrir o coração ao Espírito Santo, disse hoje o papa Francisco, na missa da Casa Santa Marta. O papa recordou que a fé é um dom de Deus, mas não pode ser recebida quando se vive "desvinculado" do seu povo, a Igreja.
O Santo Padre destacou que as leituras do dia nos mostram "dois grupos de pessoas". Na primeira leitura, "aqueles que foram dispersos por causa da perseguição surgida" após a morte de Estêvão. "Eles se dispersaram e levaram a semente do Evangelho a toda parte", disse o pontífice, observando que, no início, eles falavam somente aos judeus. Depois, "de forma natural, alguns deles", chegados de Antioquia, "começaram a falar também aos gregos". E assim, lentamente, "abriram as portas para os gregos, para os pagãos", recordou o Santo Padre.
E quando chegou a notícia a Jerusalém, Barnabé foi enviado a Antioquia "para fazer uma visita de inspeção". O papa prosseguiu explicando que todos "ficaram contentes" porque "uma multidão considerável se uniu ao Senhor". E essa gente "não disse ‘vamos primeiro aos judeus, depois aos gregos, aos pagãos’. Eles se deixaram levar pelo Espírito Santo! Foram dóceis ao Espírito Santo!".
"Uma coisa vem da outra" e eles "acabam abrindo as portas a todos: mesmo aos pagãos, que, na mentalidade deles, eram impuros"; eles "abriam as portas para todos". Este "é o primeiro grupo de pessoas, as que são dóceis ao Espírito Santo". "Algumas vezes, o Espírito Santo nos empurra a fazer coisas fortes: como empurrou Felipe a ir batizar Cornélio".
Francisco explicou: "Às vezes, o Espírito Santo nos leva suavemente. E a virtude é deixar-se levar pelo Espírito Santo, não resistir ao Espírito Santo, ser dócil ao Espírito Santo. E o Espírito Santo age hoje na Igreja, age hoje em nossa vida. Alguém poderia dizer: 'Eu nunca vi!'. Mas fique atento ao que acontece, ao que vem à sua mente, a que vem ao seu coração. Coisas boas? É o Espírito Santo que convida você a seguir esse caminho. É necessária a docilidade! Docilidade ao Espírito Santo".
O Santo Padre falou então do segundo grupo apresentado nas leituras, os "intelectuais, que se aproximam de Jesus no templo: são os doutores da lei". Jesus sempre teve problemas com eles, "porque eles não entendiam: davam voltas em torno das mesmas coisas, porque acreditavam que a religião era só uma coisa de cabeça, de leis". Para eles era necessário "cumprir os mandamentos e nada mais. Não imaginavam que existisse o Espírito Santo". Interrogavam Jesus, "queriam discutir. Tudo estava na cabeça, tudo era intelecto". Francisco recordou que, para essa gente "não há coração, não há amor e a beleza, não há harmonia"; é gente "que só quer explicações".
O papa comentou: "Você dá as explicações e eles, não convencidos, voltam com outra pergunta. E assim dão voltas, voltas... Como deram voltas em torno de Jesus a vida toda, até o momento em que conseguiram pegá-lo e matá-lo! Eles não abrem o coração ao Espírito Santo! Acham que as coisas de Deus também podem ser entendidas só com a cabeça, com as ideias, com as próprias ideias. São orgulhosos. Acham que sabem tudo. E o que não entra na inteligência deles não é verdade. Você pode ressuscitar um morto diante deles, mas eles não acreditam!".
A seguir, o pontífice destaca que Jesus "vai além" e diz "algo fortíssimo": "Vós não credes porque não fazeis parte das minhas ovelhas! Vós não credes porque não sois o povo de Israel. Saístes do povo. Estais na aristocracia do intelecto". E esta atitude "fecha o coração. Eles renegaram o seu povo".
"Aquela gente tinha se desvinculado do povo de Deus e por isso não podia acreditar. A fé é um dom de Deus! Mas a fé vem quando você está no povo de Deus. Se você está na Igreja, se você é ajudado pelos sacramentos, pelos irmãos, pela assembleia. Se você crê que esta Igreja é Povo de Deus. Aquela gente tinha se separado, não acreditava no Povo de Deus, só acreditava nas suas coisas e tinha construído todo um sistema de mandamentos que eles impunham aos outros e não deixavam os outros serem Igreja, serem povo. Não conseguiam acreditar! Este é o pecado de resistir ao Espírito Santo".
Para terminar a homilia, Francisco repassou a ideia desses dois grupos de pessoas: os "de doçura, de gente doce, humilde, aberta ao Espírito Santo", e os de gente "orgulhosa, autossuficiente, soberba, separada do povo, aristocrática do intelecto, que fechou as portas e resiste ao Espírito Santo". E isso "é ter coração duro! E isso é perigoso".
O pontífice nos exortou: "Peçamos ao Senhor a graça da docilidade ao Espírito Santo para seguirmos em frente na vida, para ser criativos, para ser alegres, porque aquela outra gente não era alegre". E quando "há muita seriedade, não há o Espírito de Deus". Portanto, peçamos "a graça da docilidade e que o Espírito Santo nos ajude a nos defender daquele outro espírito mau das suficiências, do orgulho, da soberba, do coração fechado ao Espírito Santo".
Fonte: Zenit o mundo visto de Roma

terça-feira, 13 de maio de 2014

Equipes de Nossa Senhora 64 anos no Brasil

 As Equipes chegaram ao Brasil em 1950, trazidas pelo casal  Nancy e Pedro Moncau, que, junto com outros casais, e assistidos pelo sacerdote Padre Oscar Melanson, firmaram e expandiram o Movimento neste imenso país.

O carisma do Movimento é a espiritualidade conjugal, isto é, ajuda os casais
a se desenvolverem espiritualmente através do seu Matrimônio.
“As Equipes de Nossa Senhora têm como objetivo essencial ajudar os casais a
seguir em direção à santidade. Nem mais, nem menos” (Pe. Henri Caffarel).

É um Movimento de formação, em que os casais se abastecem para a prática
do auxílio mútuo e fraterno, do testemunho e serviço ao próximo.
O Brasil foi o primeiro país de língua não francesa a receber as Equipes de Nossa Senhora.

No seu Livro “ Equipes de Nossa Senhora, ensaio sobre seu histórico”, Dona Nancy lembra um pouco os dias que antecederam esta graça:
“Lembro-me, ainda perfeitamente,  do dia em que vi Pedro aproximar-se com um maço de papéis na mão. Estava eufórico. Era a primeira documentação das equipes que chegara. E me disse: ‘ Eis o que há tanto tempo procurava!(grifamos).

Mais tarde seu esposo Pedro comentava sobre a primeira reunião de equipe:

“Essa primeira reunião autoriza-me a ser otimista. Esperamos que nas reuniões que se seguirem o ideal e a mística das Equipes sejam gradualmente compreendidos e assimilados e que possamos um dia  constituir uma verdadeira Equipe de Nossa Senhora”.
       
Somos hoje (13/05/2014): 52 Regiões; 309 Setores; 3.550 Equipes; 21.172 casais; 54 viúvos; 338 viúvas; 406 AET; 1.792 SCE, totalizando: 44.934 membros.

Parabéns às Equipes pelos seus 64 anos no Brasil.

Equipe de Super-Região.

Necessitamos nos santificar por Maria

Alma, imagem viva de Deus e resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade de Deus a teu respeito é que te tornes santa como Ele nesta vida, e gloriosa como Ele na outra.
A aquisição da santidade de Deus é tua vocação assegurada; e é para lá que todos os teus pensamentos, palavras e ações, teus sofrimentos e todos os movimentos de tua vida devem tender; ou [do contrário] tu resistes a Deus, não fazendo aquilo para o que Ele te criou e te conserva agora.
Ó! Que obra admirável! A poeira transformada em luz, a imundície em pureza, o pecado em santidade, a criatura em Criador e o homem em Deus! Ó obra admirável! Eu o repito, mas obra difícil em si mesma e impossível à natureza por si só; unicamente Deus, por uma graça, uma graça abundante e extraordinária, é Quem pode levá-la a cabo; e a criação de todo o universo não é maior obra-prima do que esta.
Alma, como farás? Que meios tu escolherás para subir onde Deus te chama? Os meios de salvação e de santidade são conhecidos de todos, estão assinalados no Evangelho, explicados pelos mestres da vida espiritual, são praticados pelos santos e necessários a todos os que querem salvar-se e chegar à perfeição; tais são: a humildade de coração, a oração contínua, a mortificação universal, o abandono à divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.
Para praticar todos esses meios de salvação e de santidade, a graça e o socorro de Deus são absolutamente necessários, e esta graça é dada a todos, maior ou menor; não resta dúvida. Eu digo: maior ou menor; pois Deus, ainda que sendo infinitamente bom, não dá Sua graça igualmente forte para todos, embora Ele a dê suficiente para todos. A alma fiel a uma grande graça faz uma grande ação, e com uma fraca graça faz uma pequena ação. O valor e a excelência da graça dada por Deus e correspondida pela alma fazem o valor e a excelência de nossas ações. Esses princípios são incontestáveis.
Tudo se reduz, portanto, a encontrar um meio fácil para obter de Deus a graça necessária para tornar-se santo; e é isto que eu quero ensinar. E, eu digo que para encontrar a graça de Deus, é necessário encontrar Maria.



Porque Maria nos é necessária
1º - Foi só Maria quem encontrou graça diante de Deus, para Si, e para cada homem em particular. Os patriarcas e os profetas, todos os santos da Antiga Lei não puderam encontrar esta graça.
2º - Foi Ela que deu o ser e a vida ao Autor de toda graça, e, por causa disso, Ela é chamada a Mãe da graça, Mater Gratiae.
3º - Deus Pai, de Quem todo dom perfeito e toda graça desce como de sua fonte essencial, dando-Lhe Seu Filho, deu-Lhe todas as Suas graças; de sorte que, como diz São Bernardo, a vontade de Deus Lhe foi dada nEle e com Ele.
4º - Deus A escolheu para ser a tesoureira, a ecônoma e a dispensadora de todas as Suas graças; de modo que todas Suas graças e todos Seus dons passam por Suas mãos; e, conforme o poder que Ela recebeu dEle, segundo São Bernardino, Ela dá a quem Ela quer, como Ela quer, quando Ela quer e tanto quanto Ela quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo.
5º - Assim como, na ordem natural, é preciso que uma criança tenha um pai e uma mãe, do mesmo modo, na ordem da graça, é necessário que um verdadeiro filho da Igreja tenha Deus por pai e Maria por mãe; e, se ele se gloria de ter Deus por pai, não tendo o carinho de um verdadeiro filho por Maria, é um farsante que não tem senão o demônio por pai.
6º - Uma vez que Maria formou o Chefe dos predestinados, que é Jesus Cristo, cabe a Ela também formar os membros deste Chefe, que são os verdadeiros cristãos: pois uma mãe não forma o chefe sem os membros, nem os membros sem o chefe. Quem deseje, portanto, ser membro de Jesus Cristo, pleno de graça e de verdade, deve ser formado em Maria por meio da graça de Jesus Cristo, que reside nEla em plenitude, para ser comunicada em plenitude aos verdadeiros membros de Jesus Cristo e a Seus verdadeiros filhos.
7º - O Espírito Santo tendo desposado Maria, e tendo produzido nEla, e por Ela, e dEla, Jesus Cristo, esta obra-prima, o Verbo Encarnado, como Ele nunca A repudiou, Ele continua a produzir todos os dias nEla e por Ela, de uma maneira misteriosa, mas verdadeira, os predestinados.
8º - Maria recebeu de Deus uma dominação particular sobre as almas para as nutrir e fazer crescer em Deus. Santo Agostinho diz mesmo que, neste mundo, os predestinados estão todos contidos no seio de Maria, e que eles não vêm à luz senão quando esta boa Mãe os faz nascer para a vida eterna. Em conseqüência, como a criança tira todo seu alimento de sua mãe, que o dá proporcionado à sua fraqueza, da mesma forma os predestinados tiram toda sua nutrição espiritual e toda sua força de Maria.

9º - Foi a Maria que Deus Pai disse: In Jacob inhabita: Minha Filha, habita em Jacó, quer dizer, nos Meus predestinados figurados por Jacó. Foi a Maria que Deus Filho disse: In Israel haereditare: Minha querida Mãe, tende Vossa herança em Israel, ou seja, nos predestinados. Enfim, foi a Maria que o Espírito Santo disse: In electis meis mitte radices: Lançai, minha fiel Esposa, raízes nos Meus eleitos. Qualquer um que seja, portanto, eleito e predestinado tem a Santíssima Virgem habitando em sua casa, quer dizer, em sua alma, e ele A deixa introduzir nela as raízes de uma profunda humildade, de uma ardente caridade e de todas as virtudes.
10º - Maria é chamada por Santo Agostinho, e é, com efeito, o molde vivo de Deus, forma Dei, quer dizer, somente nEla Deus feito homem foi formado ao natural, sem que Lhe falte nenhum traço da Divindade, e é também nEla somente que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é capaz, pela graça de Jesus Cristo.
Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras: 1º - servindo-se de sua indústria, de sua força, de sua ciência e da qualidade de seus instrumentos para fazer essa figura em uma matéria dura e informe; 2º - ele pode colocá-la num molde. A primeira maneira é demorada, difícil, e sujeita a vários acidentes: não é preciso, freqüentemente, mais que um golpe mal dado de cinzel ou de martelo para estragar toda uma obra. A segunda é pronta, fácil e doce, quase sem sofrimento e sem custo, desde que o molde seja perfeito e que ele represente ao natural; desde que a matéria de que ele se sirva seja bem maleável, não resistindo nunca à sua mão.
Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipostática, e para formar um homem-Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; qualquer um que seja jogado nele e se deixa manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, de uma maneira doce e proporcionada à fraqueza humana, sem muita luta e trabalho; de uma maneira segura, sem medo de ilusão, pois o demônio nunca teve e não terá jamais entrada junto a Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.
Ó! Cara alma, que diferença há entre uma alma formada em Jesus Cristo pelas vias ordinárias daqueles que, como os escultores, se fiam em sua experiência e se apóiam em sua capacidade, e uma alma bem maleável, bem desfeita, bem derretida, e que, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria e nEla se deixa manusear pela operação do Espírito Santo! Quanto há de máculas, quanto há de defeitos, quanto há de trevas, quanto há de ilusões, quanto há de natural, quanto há de humano na primeira alma; e como a segunda é pura, divina e parecida com Jesus Cristo!
Absolutamente não há, nem nunca haverá jamais, criatura onde Deus seja maior, fora dEle mesmo e em Si mesmo, que na divina Maria, sem exceção nem dos bem-aventurados, nem dos Querubins, nem dos mais altos Serafins, no Paraíso mesmo. Maria é o paraíso de Deus e Seu mundo inefável, onde o Filho de Deus entrou para lá operar maravilhas, para o guardar e comprazer-Se lá. Ele fez um mundo para o homem viandante, que é este [em que estamos]; Ele fez um mundo para o homem bem-aventurado, que é o Paraíso; mas Ele fez um outro para Si, ao qual deu o nome de Maria; mundo desconhecido a quase todos os mortais, e incompreensível a todos os Anjos e bem-aventurados, lá no Céu, que, na admiração de ver Deus tão elevado e tão distanciado deles todos, tão separado e tão recluso em Seu mundo, a divina Maria, bradam dia e noite: Santo, Santo, Santo.
Feliz e mil vezes feliz a alma, cá embaixo, à qual o Espírito Santo revela o segredo de Maria, para o conhecer; e à qual Ele abre e permite penetrar esse jardim fechado, essa fonte selada para nela abeberar-se das águas vivas da graça! Esta alma não encontrará senão Deus somente, sem criatura, nesta amável criatura; mas Deus, ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à sua fraqueza. Uma vez que Deus está em todo lugar, pode-se encontrá-Lo em todo lugar, até nos infernos; mas não há lugar onde a criatura possa encontrá-Lo mais perto de si e mais proporcionada à sua fraqueza que em Maria, pois foi para este efeito que Ele desceu a Ela. Por toda parte Ele é o Pão dos fortes e dos Anjos; mas em Maria, Ele é o Pão dos filhos.

 Que ninguém imagine, portanto, junto com alguns falsos iluminados, que Maria, sendo criatura, seja um impedimento à união como o Criador; não é mais Maria que vive, é Jesus Cristo só, é Deus só que vive nEla. Sua transformação em Deus ultrapassa mais a de São Paulo e dos outros santos, de que o Céu ultrapassa a Terra em elevação. Maria não foi feita senão para Deus, e tal seria que Ela faça parar uma alma nEla mesma. Pelo contrário, Ela a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição, quanto maior a união da alma com Ela. Maria é o eco admirável de Deus, que não responde senão: Deus, quando alguém grita: Maria, que não glorifica senão a Deus, quando, com Santa Isabel, alguém Lhe chama bem-aventurada. Se os falsos iluminados, que foram miseravelmente enganados pelo demônio até na oração, houvessem sabido encontrar Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus, eles não teriam tido tão terríveis quedas. Quando se tem uma vez encontrado Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus Pai, tem-se encontrado todo bem, dizem as almas santas: Inventa, etc. Quem diz a "todo" não faz exceção de nada: toda graça e toda amizade junto a Deus; toda sinceridade contra os inimigos de Deus; toda verdade contra a mentira; toda facilidade e toda vitória contra as dificuldades da salvação; toda doçura e toda alegria nas amarguras da vida.
Isso não quer dizer que quem encontrou Maria, por meio de uma verdadeira devoção, seja isento de cruzes e de sofrimentos, tal seria; ele é mais assaltado do que qualquer outro, porque Maria, sendo a Mãe dos viventes, dá a todos os Seus filhos pedaços da Árvore da vida, que é a Cruz de Jesus; mas talhando-lhes umas boas cruzes, Ela lhes dá a graça de carregá-las pacientemente e mesmo alegremente; de sorte que as cruzes que Ela dá aos que Lhe pertencem são mais uns doces, ou umas cruzes confeitadas, que cruzes amargas; ou, se eles sentem por um tempo a amargura do cálice que é preciso beber necessariamente para ser amigo de Deus, a consolação e a alegria, que esta boa Mãe faz suceder à tristeza, os anima infinitamente a levar cruzes ainda mais pesadas e amargas.
Conclusão
A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria, para encontrar toda graça abundante. Deus, sendo Senhor absoluto, pode comunicar por Ele mesmo o que Ele não comunica ordinariamente senão por Maria; não se pode negar, sem temeridade, que Ele o faça mesmo algumas vezes; entretanto, segundo a ordem que a divina Sabedoria estabeleceu, Ele não se comunica ordinariamente aos homens senão por Maria na ordem da graça, como diz São Tomás. É necessário, para subir e se unir a Ele, servir-se do mesmo meio de que Ele Se serviu para descer a nós, para se fazer homem e para nos comunicar Suas graças; e este meio é uma verdadeira devoção à Santa Virgem.
Autor: São Luís Maria G. de Montfort - O Segredo de Maria

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Maio mês de Maria


Não sei se foi de manhã ou foi à noite, que na pequena casa de Nazaré, um anjo apareceu para uma Virgem, a mais bonita e pura jovem de Nazaré, para dizer-lhe que Deus a escolhera para ser a mãe do Salvador. Ela assustou-se por não ser ainda casada e por isto não podia ser – pensava ela – a mãe do nascituro Salvador. Seu nome era Maria, seu noivo José. Naquele dia o Verbo eterno, por quem tudo fora criado, escondeu-se na clausura virginal daquela jovem, vestiu-se da carne humana e veio salvar a humanidade.
Porque Ela nos deu o Salvador, tornou-se “a Mãe do meu Senhor” (Lc 1, 43) como a chamou Isabel. Deste dia em diante, os que cremos no Evangelho a proclamamos “Mãe de Deus”, a mais alta dignidade a que pode ser exaltada a criatura humana.
Se as mães merecem ter um dia no ano para serem carinhosamente homenageadas – e foi no domingo passado deste mês – a Mãe de Deus, que nos foi dada também por mãe na tarde dolorosa do Calvário, bem merece ser lembrada e homenageada o mês inteiro neste maio, “mês de Maria”.
Seríamos muito pobres e miseráveis, se nos dissabores da nossa caminhada terrena não A tivéssemos como mãe protetora e solícita. É só lembrar a cena evangélica das bodas em Caná da Galileia. Por discretíssimo pedido de sua Mãe, Cristo Jesus transformou barris de água em vinho de alta qualidade.
As confidências, que a mente e o coração do sacerdote guardam, relatam as graças do céu tão abundantes, vindas da intercessão de Maria Santíssima em favor das mães que imploram por seus filhos. Esta solicitude da Mãe de Jesus pelos cristãos é descrita de maneira colorida pelos poetas, que têm o carisma de dizer as coisas com graça e beleza. Já Dante, na Divina Comédia, havia advertido a quem quer algo do céu e não recorre a Ela é o mesmo que querer voar sem asas.
Outro poeta, mais perto de nós, com soneto decassílabo, descrevendo “a oração mediadora de Maria” que sobe em especial ao coração de Deus, finaliza: “Estrela da manhã (...) a luz do teu olhar abre clareiras. / E o caminho do céu só tem barreiras / sem as asas da tua intercessão”.
Maio, mês de Maria, é convite para olhar o céu em homenagem à Mãe de Deus. Daí a certeza da proteção divina para nossos passos nesta difícil ascensão a que somos convidados. A razão de nossa confiança filial em Maria é que Jesus, depois de nos ter dado tudo que podia, ainda na cruz nos deu Nossa Senhora!

Fonte CNBB